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Domínios de grupos políticos marcam 50 anos da região

Furlan e Cezar se tornaram os nomes comuns das administrações das cidades, em uma história que começa nos anos 1970

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22 Sep 2023 - 10h44 Betsul; Gláucia Arboleya; Graziela Costa; Paulo Talarico; Renato Ishikawa; Samara Najjar; Tom Coelho   atualizado em 04/11/2025 às 10h38
O vereador mais votado em Barueri em 1976 foi Rubens Furlan (MDB), que era aliado de Bittencourt, que disputaria a sucessão (Foto: Divulgação)

Quando Alphaville dava os primeiros passos, as eleições municipais eram diferentes. Eram os anos 1970, marcados pela ditadura militar, e havia apenas dois partidos: Arena, que dava sustentação ao regime, e MDB, o partido de oposição. Outra diferença é que era possível lançar mais de um candidato por partido, e o mais votado só era eleito se a sigla fizesse mais votos no total. Foi nesse período, em 1976, que Santana de Parnaíba elegeu Gabriel Marques da Silva (Arena), filho de um ex-intendente (como se chamava o prefeito nomeado no começo do século passado), Joaquim Marques da Silva Sobrinho, o Tenente Marques, que dá nome a uma importante avenida da cidade. Do lado de Barueri, Arnaldo Rodrigues Bittencourt venceu a disputa para um mandato de seis anos. Mas era nas Câmaras Municipais que se encontravam nomes que mudariam as próximas décadas dos dois municípios. 

O vereador mais votado em Barueri foi Rubens Furlan (MDB), que era aliado de Bittencourt, que disputaria a sucessão e daria início a quase 50 anos de um mesmo grupo no poder. No caso parnaibano, a Câmara tinha entre os eleitos, Silvinho Peccioli Júnior, cujo descendente teria o domínio nos anos 1990 e 2000, até ser sucedido pela gestão de Elvis Cezar (PDT). Até os anos 1980, os municípios vizinhos viviam momentos distintos, em meio à construção do bairro de Alphaville. Os baruerienses já cresciam em um ritmo acelerado, duplicando a população em dez anos e com uma disputa eleitoral em 1982 com a volta do multipartidarismo nos anos finais do regime militar. 

Em meio a 12 candidatos, Furlan conquistou o primeiro mandato como prefeito com folga - 41% dos votos. Seria a primeira vitória de muitas: ele voltou a ser eleito em 1992, 2004, 2008, 2016 e 2020. Nesse período, Furlan fez também boa parte dos sucessores, inclusive com uma parceria com Gil Arantes (União) entre 1996 e 2004. A única vez em que o poder saiu das mãos do político foi nas eleições de 2012, quando Gil virou opositor e venceu Carlos Zicardi, candidato apoiado por Furlan naquele ano. Quatro anos depois, Furlan estava de volta. 

Enquanto o domínio furlanista já começava em Barueri nos anos 1980, do lado parnaibano ainda levaria tempo até um grupo político se consolidar. As eleições de 1982 foram acirradas em uma cidade que contava com pouco mais de 10 mil moradores. Para se ter ideia, Vitor Moreira Bastos (PMDB) obteve 699 votos, contra 640 de Silvio Peccioli Júnior (PDS). Como ainda vigorava a legislação em que eram lançados mais de um candidato por partido, o PMDB conseguiu o mandato por ter obtido perto de 40% dos votos. 

Ciclo de poder

Peccioli perderia ainda as eleições de 1988 para Luiz Iwanaga, enquanto Professor Aristides (PDT) conquistaria a vitória em 1992. Até que em 1996, começa o ciclo de poder de Silvinho Peccioli (PSD), filho de Silvio Peccioli Júnior, morto em 2021. Silvinho foi eleito, reeleito e fez o sucessor em 2004, Benedito Fernandes (PTB). O ex-prefeito foi ainda para a Câmara dos Deputados antes de voltar à prefeitura em 2008, mas com um grupo opositor em formação. Na época, Marmo Cezar (então no PSDB), que era vice de Fernandes, e se lançou na disputa contra Silvinho. Em 2012, Cezar repetiu a candidatura, mas desta vez conquistou a vitória. Os anos de 2013 e 2014 foram marcados por disputas nos tribunais, com questionamentos à candidatura de Cezar. No final, o então vereador Elvis Cezar (também no PSDB) disputaria uma eleição suplementar, derrotaria Silvinho e começaria um novo ciclo de poder na cidade. Ele foi reeleito em 2016 e fez o sucessor em 2020, o atual prefeito Marcos Tonho (PDT).

Hoje, Elvis é cotado para voltar a disputar a eleição no próximo ano e, se vencer, repetirá um ciclo de 16 anos à frente da prefeitura. Enquanto Elvis vai por esse caminho, Barueri vê o fim do sexto mandato de Furlan e a busca por uma nova liderança. O prefeito deve lançar o vice-prefeito Beto Piteri no próximo ano, em uma disputa contra o ex-prefeito Gil Arantes (União), que tenta o quarto mandato.


Representatividade na Câmara e Assembleia
O crescimento na população e no número de eleitores em Barueri e Santana de Parnaíba levou as cidades a conseguirem emplacar nomes na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa.

Pelo menos nos últimos 30 anos, políticos das cidades estiveram nas Casas Legislativas, desempenhando um papel fundamental para atrair recursos dos governos federal e estadual, além de discutir o impacto de políticas públicas e legislações na região.

Prefeito por seis mandatos em Barueri, coube a Rubens Furlan também abrir as portas nesse sentido. Furlan foi eleito deputado estadual nas eleições de 1990, quando se tornou o quarto mais votado no estado, com 87 mil votos, enquanto estava no PMDB. Desse total, 39 mil vieram de Barueri. Na época, o governo do estado era comandado por Fleury (PMDB). Furlan ficou por pouco tempo, pois em 1993 voltaria à prefeitura. A região voltaria a ter parlamentares no final dos anos 1990, quando Furlan voltaria a vencer, desta vez para deputado federal, enquanto o parnaibano Pedro Mori (PSB) conquistou uma vaga de deputado estadual. Ambos ficariam por um mandato. 

Nos anos 2000, a região teve uma nova dobradinha entre as cidades com mandatos nas duas casas legislativas. Dois ex-prefeitos. Gil Arantes (DEM) foi eleito deputado estadual pelo DEM em 2006, enquanto Silvinho Peccioli (DEM) garantiu vaga na Câmara dos Deputados. Peccioli, contudo, ficaria apenas dois anos até voltar à prefeitura em 2009, enquanto Gil foi reeleito e seguiu até 2013. 

Em 2010, começou o período mais longevo de um parlamentar da região. Bruna Furlan (PSDB) foi eleita pela primeira vez deputada federal e se reelegeria em 2014 e 2018. No ano passado, deixou a Câmara dos Deputados para disputar o cargo de deputada estadual onde fez sua estreia.

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