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Questões a resolver com os EUA passam por etanol e terras raras, diz Simone Tebet

Segundo a ministra, a taxa de 50% imposta pelos EUA ao Brasil tem como alvo principal Alexandre de Moraes

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29 Jul 2025 - 23h29 Betsul; Gláucia Arboleya; Graziela Costa; Paulo Talarico; Renato Ishikawa; Samara Najjar; Tom Coelho   atualizado em 04/11/2025 às 10h38
Afirmação foi feita pela ministra em entrevista à GloboNews (Estadão)

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira (29), em entrevista à Globonews, que o pacote de medidas para fazer frente à tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras aos EUA, a entrar em vigor na sexta-feira, 1º, representa uma "reação", e não uma "retaliação"

O Estadão/Broadcast mostrou na segunda-feira, 28, que a avaliação interna, no Palácio do Planalto, é de cautela sobre qualquer ação contra a medida dos Estados Unidos e os efeitos econômicos de uma guerra comercial entre as duas potências. Sem citar o Brasil, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse na segunda-feira que as tarifas com a maior parte dos países ficarão no intervalo de 15% a 20%.

Para a ministra, o governo Trump está sendo "induzido a erro" por mentiras da família Bolsonaro, em referência à carga política do anúncio do presidente norte-americano. "O governo Lula não saiu da mesa de conciliação com EUA porque não conseguiu sentar na mesa", afirmou. "Trump ainda não quer conversar com Brasil por uma estratégia."

A ministra disse acreditar que a sobretaxa de 50% imposta pelos EUA ao Brasil tem como alvo principalmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e não o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Acho que a questão é muito mais Alexandre de Moraes do que presidente Lula", afirmou. Ela avaliou que Trump "uniu a fome com a vontade de comer", ou seja, o fator econômico com a questão ideológica.

Tebet ainda disse que Lula "não tem problema" em ligar para Trump para negociar a reversão das tarifas, mas que é preciso cautela. "O presidente Lula não tem problema de pegar o telefone e ligar, mas é preciso minimamente de um ponto de partida para que o 'pós' telefonema não fique pior do que estava", disse a ministra.

"Qual é o ponto de partida, o que efetivamente vem de lá para cá, o que efetivamente o governo americano quer do Brasil que o Brasil ainda não tenha se prontificado; o que o Brasil tem a oferecer e que ainda não foi divulgado", exemplificou a ministra em relação aos pontos indefinidos na relação com Trump.

Tebet também mencionou que é preciso esperar 1º de agosto para qualquer reação, olhando para dois caminhos: se haverá prorrogação da vigência da tarifa ou se os EUA vão diminuir alíquotas de setores específicos.

Riquezas do Brasil

Ela afirmou, porém, que questões a serem resolvidas com EUA passam por etanol e terras raras. "Nos interessam a tecnologia que não temos e o capital estrangeiro", disse.

A transferência de tecnologia entre os dois países, além de ampliação de investimentos no setor, é uma pauta defendida pelos empresários desse mercado no Brasil. O governo Lula discute lançar uma política nacional voltada à atração de investimentos em minerais críticos antes da COP-30, em Belém (PA), segundo apurou o Estadão/Broadcast.

O segmento é alvo de interesse dos Estados Unidos, em meio às negociações do tarifaço imposto aos produtos brasileiros pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

A ministra explicou que eventual acordo entre Brasil e EUA sobre os minerais críticos e terras raras seriam dentro de parâmetros aceitáveis pelo governo, incluindo atenção ao meio ambiente. "Não vamos minerar na Amazônia, não vamos aceitar o que não atenda às regras brasileiras", ponderou. "Minerar no Brasil requer que seja dentro das nossas regras, com sustentabilidade", acrescentou.

A ministra disse que o Brasil tem o que oferecer aos EUA, mas "as portas estão fechadas".

Tebet afirmou que pacote de medidas para fazer frente à tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras aos EUA tem um caráter "menos fiscal do que se espera".

Todo o esforço, segundo o governo, é para evitar a taxa proibitiva prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto. Se vigorar a taxa de 50%, há medidas já sendo ventiladas como abertura de crédito.

Além disso, as ações defendidas pelo setor industrial incluem a "proteção ao mercado brasileiro" de produtos que estão entrando com preços inferiores ao custo de produção ou aos preços praticados no mercado interno. Ou seja, medidas antidumping.

"Temos condições de socorrer afetados por tarifa de 50% por um a dois anos", avaliou a ministra. Ela disse ainda que há grande preocupação com a indústria do aço, como eventual sobretaxa para além do que já tinha sido anunciado.

"A grande pergunta é o que EUA querem, o que ainda não têm do Brasil, balança é superavitária", ressaltou.

A ministra também afirmou que democracia e soberania são valores inegociáveis e não serão colocadas na mesa com os EUA. "Lula sai fortalecido com defesa de soberania nacional", afirmou.

A ministra também afirmou que é inegociável, em relação a big techs, a regulamentação da apologia ao crime. "O Supremo foi muito equilibrado em decisão sobre big techs", disse.

(Com informações do Estadão)

 

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