Ao se filiar no PDT para seguir o padrinho político Elvis Cezar (PSDB), o prefeito de Santana de Parnaíba, Marcos Tonho, trouxe de volta um partido que governou a cidade há 30 anos, que tem pouco histórico em prefeituras da região e não elegeu nenhum vereador em 2020 na cidade.
Tonho anunciou a filiação na semana passada para reforçar o apoio ao ex-prefeito que será candidato ao governo do estado. "É com muito orgulho que ingresso, ao lado de nosso futuro governador Elvis Cezar e do nosso deputado Cezar, no PDT. Vamos pra cima para mudar São Paulo", publicou o gestor.
Com isso, deixou o PSDB após 10 anos, quando conquistou a primeira vitória para a Câmara Municipal - pelo sigla tucana, ele se reelegeu em 2016, foi presidente do legislativo e eleito prefeito.
A mudança de sigla no meio do mandato como prefeito não é incomum em cidades da região, mas o PDT até aqui tem tido participação tímida nos municípios. Nas últimas décadas, a legenda elegeu gestores apenas em 1992, mas todos deixaram o partido nos anos seguintes.
Um deles foi o Professor Aristides Oliveira Ribas, prefeito em Santana de Parnaíba de 1992 a 1996 e que não voltou a ter bons resultados eleitorais na cidade. Em 2004, o político disputou o Paço Municipal pelo PT, quando recebeu apenas 11% dos votos, na vitória de Benedito Fernandes. Depois, Aristides mudou o domicílio eleitoral para concorrer em Cajamar.
Os outros dois gestores eleitos em 1992 pelo PDT na região se tornaram tucanos históricos, caso de João Caramez, em Itapevi, e de Fuad Chucre, em Carapicuíba.
Osasco
Depois desse período, a legenda passou em branco até se tornar guarida para políticos que buscavam se afastar do PT, na época do desgaste imposto pela Lava Jato e o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foi o que aconteceu em Osasco. Na época do desgaste do partido, o então prefeito Jorge Lapas deixou a sigla petista para se filiar no PDT e disputar a reeleição. Não deu certo e Lapas foi derrotado por Rogério Lins (Podemos) até hoje prefeito osasquense.
Além desse histórico tímido na região oeste, a decisão de Tonho foi contrária à maior parte dos prefeitos da região, que se mantiveram no PSDB e devem apoiar o nome escolhido pela legenda, o governador Rodrigo Garcia. O tucano substituiu João Doria, que disputará a presidência, se os planos derem certo.
A filiação de Tonho busca furar esse cerco de outros candidatos que atualmente são favoritos na disputa do Palácio dos Bandeirantes. Atualmente, o PSDB tem Barueri, Carapicuíba e Jandira, enquanto o Podemos governa Osasco e Itapevi, e o PSD tem Cotia e Pirapora.
O movimento, contudo, já estava pensado, dado o distanciamento nos últimos meses do núcleo de Cezar do PSDB. Opositor ao grupo político, o vereador Silvinho Filho esteve na sessão solene em comemoração ao aniversário de Barueri - evento que estava repleto de lideranças tucanas, como a deputada federal Bruna Furlan.
Curiosamente, Barueri é a cidade que também tem mais pedetistas no legislativo, dentre eles o presidente da Câmara Toninho Furlan (PDT). Mas será difícil ver esse núcleo apoiando o correligionário Elvis em 2022.
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