São Paulo | 29ºC
Sex, 26 de Dezembro
Busca
Mongaguá

Justiça derruba taxa abusiva de estacionamento no verão de Mongaguá!

21 dez 2025 - 09h04 Joice Gomes   atualizado às 09h08
Justiça derruba taxa abusiva de estacionamento no verão de Mongaguá! Vista de Mongaguá (Imagem: Divulgação/Prefeitura de Mongaguá)

Um decreto polêmico que cobrava até R$ 15 mil de estacionamentos irregulares em Mongaguá, no litoral de São Paulo, foi suspenso pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). A medida visava regular o caos de vagas na alta temporada, mas acabou considerada abusiva e inconstitucional, gerando alívio imediato para comerciantes e visitantes.

A cidade, conhecida por suas praias lotadas no verão, editou o Decreto nº 7.958/2024 para permitir que imóveis particulares virassem garagens provisórias mediante pagamento de taxas escalonadas: R$ 6 mil para 40 vagas e até R$ 15 mil para maiores estruturas. A ideia era suprir a falta de opções durante o pico turístico, mas ações judiciais questionaram a legalidade da cobrança.

Moradores e empresários locais celebraram a decisão, que suspende os artigos 2º e 7º do decreto. “Era uma taxa que sufocava quem já luta para sobreviver na baixa temporada”, desabafou um proprietário de terreno à beira-mar, que planejava abrir vagas extras.

Contexto do caos viário no litoral sul

Mongaguá enfrenta há anos o drama do trânsito engarrafado no verão. Com a chegada de milhares de turistas, ruas estreitas e orlas lotadas viram um pesadelo para motoristas. A prefeitura tentou inovar com alvarás provisórios, exigindo vistoria de bombeiros, semáforos e acessibilidade, além do pagamento único para toda a temporada.

Mas o plano esbarrou em críticas. Advogados argumentaram que a taxa não se sustentava como "poder de polícia", mas sim como arrecadação disfarçada, violando princípios constitucionais. O TJSP, sensível a casos semelhantes no litoral, agiu rápido: a suspensão veio após liminar que apontou risco de prejuízo irreparável aos empresários.

Essa não é a primeira vez que regras de mobilidade na Baixada Santista caem na Justiça. Em Guarujá, por exemplo, taxas de até R$ 4,6 mil para ônibus turísticos foram anuladas em novembro pelo mesmo tribunal, por falta de fiscalização efetiva.

Impactos imediatos para temporada de verão

A decisão chega em hora crucial, com o Réveillon se aproximando. Estacionamentos clandestinos, comuns nas praias, podem voltar a operar sem o peso da taxa, mas a prefeitura alerta para fiscalização rigorosa contra irregularidades graves, como falta de alvará de bombeiro.

  • Alívio financeiro: Donos de terrenos economizam milhares, podendo oferecer vagas a preços acessíveis.
  • Mais opções para turistas: Sem a barreira da taxa, mais garagens privadas devem abrir, reduzindo o "farwest" de carros parados em calçadas.
  • Risco de caos: Sem regulação, especialistas temem superlotação e acidentes, como os vistos em verões passados.

A Semob (Secretaria de Mobilidade Urbana) de Mongaguá já estuda alternativas, como parcerias voluntárias com empreendedores. “Vamos manter barreiras educativas e multas por infrações reais”, informou um porta-voz municipal.

Vozes do setor e reações políticas

Empresários do turismo aplaudem. “Finalmente, justiça para quem gera empregos”, disse Renato Donato, vereador que divulgou a liminar em redes sociais. Ele cobra da prefeitura um plano sustentável, sem "remédios amargos" que espantam visitantes.

Do outro lado, a gestão municipal defende que o decreto mirava segurança: veículos de turismo só em vagas credenciadas, com multas pesadas para descumprimento. Mas o juiz viu excesso, priorizando o contraditório e a proporcionalidade.

Lições para o litoral paulista

Casos como esse expõem a fragilidade das medidas emergenciais no turismo litorâneo. Cidades vizinhas, como Praia Grande e Santos, adotam zonas azuis pagas, mas evitam taxas fixas polêmicas. Em Mongaguá, o episódio reforça a necessidade de diálogo prévio com o trade turístico.

Enquanto o verão esquenta, motoristas ganham fôlego, mas o alerta permanece: respeite as leis de trânsito para evitar multas que vão de R$ 195 a remoção. A briga judicial pode evoluir em recurso, mas por ora, as ruas respiram aliviadas.

A decisão do TJSP equilibra urgência sazonal com direitos fundamentais, provando que o Judiciário vigia de perto abusos no verão brasileiro. Mongaguá segue como exemplo de como regras bem-intencionadas podem tropeçar na lei.

Leia Também
Furtos disparam no litoral de SP no verão e acendem alerta mesmo com queda nos roubos
Atenção Furtos disparam no litoral de SP no verão e acendem alerta mesmo com queda nos roubos
Adeus supermercado: queijo caseiro na hora com vinagre e leite
Queijo caseiro Adeus supermercado: queijo caseiro na hora com vinagre e leite
Descubra a "Praia Sem Fim": maior orla urbanizada do Brasil com 7km de extensão
Santos Descubra a "Praia Sem Fim": maior orla urbanizada do Brasil com 7km de extensão
Mais Lidas
Maior piscina natural da América Latina revela paraíso “escondido” no litoral de Pernambuco
Muro Alto Maior piscina natural da América Latina revela paraíso “escondido” no litoral de Pernambuco
Guarulhos amplia voos para o verão e adiciona mais de 2 mil rotas até março de 2026
Aeroporto Guarulhos amplia voos para o verão e adiciona mais de 2 mil rotas até março de 2026
Praia Grande vira cinema a céu aberto no verão com telões gigantes de LED na orla
Praia Grande Praia Grande vira cinema a céu aberto no verão com telões gigantes de LED na orla
Furtos disparam no litoral de SP no verão e acendem alerta mesmo com queda nos roubos
Atenção Furtos disparam no litoral de SP no verão e acendem alerta mesmo com queda nos roubos