Crocodilo Henry, de 124 anos e 1 tonelada, é o mais velho do mundo.
(Imagem: Crocworld/Divulgação)
Enquanto a maioria dos animais luta para chegar à velhice, um crocodilo-do-nilo desafia todas as regras conhecidas da biologia. Henry, considerado o réptil mais velho em cativeiro do mundo, teria cerca de 124 anos em 2025 e segue vivo, ativo e surpreendentemente fértil na África do Sul.
Morador do Crocworld Conservation Centre, Henry nasceu por volta de 1900, no Delta do Okavango, em Botsuana. Hoje, mede aproximadamente cinco metros de comprimento e pesa quase uma tonelada, números que impressionam até pesquisadores acostumados a estudar grandes predadores.
Um sobrevivente de mais de um século
A história de Henry parece saída de um livro. Ele foi capturado em 1903 por um caçador de elefantes chamado Sir Henry, que acabou emprestando seu nome ao animal. Depois de décadas vivendo na natureza, o crocodilo chegou ao Crocworld em 1985, quando já tinha cerca de 85 anos.
Desde então, tornou-se uma verdadeira celebridade. Todos os anos, no dia 16 de dezembro, o centro comemora seu aniversário com direito a cupcakes para visitantes e uma generosa porção de carne fresca para o aniversariante.
Vitalidade que intriga a ciência
Mesmo com mais de um século de vida, Henry mantém comportamento territorial agressivo e uma vitalidade incomum. O dado mais impressionante: ele continua fértil e já teria gerado mais de 10 mil filhotes com suas seis fêmeas no centro de conservação.
Para efeito de comparação, crocodilos-do-nilo em cativeiro costumam viver entre 60 e 70 anos. Na natureza, a expectativa é ainda menor, limitada por secas, disputas territoriais e a caça humana.
O segredo da longevidade dos crocodilos
Especialistas explicam que esses répteis apresentam um fenômeno conhecido como “senescência negligenciável”: eles envelhecem muito lentamente e não demonstram o mesmo declínio físico observado em mamíferos.
Um dos fatores-chave é o sistema imunológico extremamente poderoso. O sangue dos crocodilos contém peptídeos antimicrobianos capazes de combater bactérias, fungos, vírus e até células tumorais.
Pesquisadores estudam amostras de Henry em busca de pistas que possam ajudar no combate a superbactérias resistentes a antibióticos e no entendimento de mecanismos de reparo de DNA e regeneração celular.
De predador temido a estrela da ciência
Na natureza, crocodilos-do-nilo são predadores de topo e frequentemente entram em conflito com humanos em 26 países africanos, atacando gado e, ocasionalmente, pessoas. No Crocworld, Henry ajuda a mudar essa percepção.
Hoje, ele é peça central em ações de educação ambiental, alertando sobre a perda de habitats aquáticos, poluição de rios e os riscos da caça ilegal.
Curiosidades impressionantes sobre Henry
- Pai de mais de 10 mil filhotes desde 1985;
- Viveu durante duas guerras mundiais e várias pandemias;
- Divide espaço com outro crocodilo idoso, Colgate, de cerca de 90 anos;
- Pode chegar aos 125 anos ainda em 2025;
- O que Henry ensina sobre o futuro.
Enquanto a humanidade busca formas de retardar o envelhecimento, Henry prova que a natureza já encontrou soluções surpreendentes. Seus mecanismos biológicos podem inspirar avanços em tratamentos contra doenças degenerativas e infecções resistentes.
Ao mesmo tempo, sua história serve de alerta: na vida selvagem, poucos crocodilos chegam à velhice extrema devido à destruição ambiental e à ação humana.
No Crocworld, Henry segue desafiando expectativas e mostrando que preservar habitats naturais é essencial para manter espécies que sustentam o equilíbrio ecológico. Um réptil centenário que continua crescendo, literal e simbolicamente e lembrando ao mundo que a vida ainda guarda muitos mistérios.