Conheça a maior floresta urbana do mundo, no Rio de Janeiro, com 12.500 hectares, 479 espécies e papel vital contra calor.
(Imagem: Divulgação/Reprodução)
Em meio ao calor intenso, ao trânsito caótico e ao avanço do concreto, o Rio de Janeiro abriga um tesouro ambiental que surpreende até especialistas: o Parque Estadual da Pedra Branca, considerado a maior floresta urbana do mundo. Com impressionantes 12.500 hectares de Mata Atlântica preservada, o parque funciona como um verdadeiro pulmão verde em plena metrópole.
Localizado na Zona Oeste, o parque se espalha por bairros como Jacarepaguá, Guaratiba, Vargem Grande e Bangu, formando um cinturão natural que ajuda a amenizar o clima, proteger nascentes e manter o equilíbrio ambiental da cidade, especialmente durante o verão, quando as ondas de calor se intensificam.
Uma floresta gigante escondida dentro da cidade
Enquanto muitos cariocas enfrentam temperaturas recordes, a Pedra Branca atua silenciosamente como reguladora térmica. A vasta cobertura vegetal reduz a sensação térmica, combate ilhas de calor e melhora a qualidade do ar, tornando-se estratégica em um cenário de mudanças climáticas cada vez mais severas.
Além disso, o parque é responsável por proteger nascentes que alimentam reservatórios importantes, como Pau da Fome e Camorim, ajudando a garantir água de melhor qualidade para milhares de moradores.
Biodiversidade impressionante em plena área urbana
Estudos recentes revelam que o Parque Estadual da Pedra Branca abriga pelo menos 479 espécies de animais, um número surpreendente para uma floresta cercada por bairros densamente povoados.
Entre os registros estão:
- 338 espécies de aves, incluindo exemplares raros da Mata Atlântica;
- 51 mamíferos, como cutias, macacos e até a onça-parda;
- 27 répteis e 20 anfíbios, dependentes das áreas úmidas e nascentes;
- 43 espécies de peixes em córregos e rios protegidos.
A presença de animais de médio e grande porte comprova que, mesmo cercada pela urbanização, a floresta ainda mantém corredores ecológicos ativos.
O jequitibá de 500 anos que virou símbolo
Em 2025, pesquisadores identificaram dentro do parque um jequitibá-rosa com cerca de 500 anos e aproximadamente 40 metros de altura. A árvore rapidamente se tornou símbolo da resistência da Mata Atlântica e da importância da Pedra Branca como reserva natural e climática.
Grandes árvores como essa desempenham papel fundamental na captura de carbono e na regulação do microclima, ajudando a reduzir os efeitos do aquecimento global nas áreas urbanas.
Serviços ambientais que salvam a cidade
Mais do que beleza natural, o parque presta serviços essenciais ao Rio de Janeiro. A vegetação densa ajuda a conter enchentes, reduz riscos de deslizamentos e melhora a infiltração da água da chuva, um fator crucial durante os temporais de verão.
Sem essa floresta, bairros inteiros estariam ainda mais vulneráveis a eventos climáticos extremos, que se tornam cada vez mais frequentes.
Lazer, trilhas e refúgio contra o calor
Além do papel ambiental, a Pedra Branca também é destino de lazer. Trilhas, cachoeiras e mirantes atraem moradores e turistas em busca de contato com a natureza, especialmente nos dias mais quentes.
Quando bem organizada, a visitação fortalece o turismo sustentável, gera renda para comunidades do entorno e cria uma relação mais próxima entre a população e a floresta.
Ameaças crescentes preocupam especialistas
Apesar de sua importância, o parque enfrenta desafios constantes: ocupações irregulares, incêndios florestais, expansão imobiliária e espécies invasoras. Esses fatores pressionam o ecossistema e colocam em risco a biodiversidade e os serviços ambientais.
Ambientalistas alertam que, sem fiscalização contínua e políticas públicas eficazes, os danos podem se tornar irreversíveis.
Uma floresta essencial para o futuro do Rio
O Parque Estadual da Pedra Branca é mais do que uma área verde: é um escudo natural contra a crise climática e um exemplo de como grandes cidades podem conviver com florestas preservadas.
Proteger a maior floresta urbana do planeta significa garantir qualidade de vida, água, clima equilibrado e biodiversidade para milhões de pessoas. Em tempos de emergência climática, a Pedra Branca não é luxo, é necessidade.